sábado, 31 de julho de 2010

O que é Justiça?



"O que é justiça?
Qual é a intenção da justiça?
É fazer com que os culpados sejam condenados e os inocentes, libertados.
Simples, não?
Mas não tão simples.
Porém, é dever do advogado de defesa proteger os direitos constitucionais do indivíduo, como é dever da Promotoria defender as leis do Estado.
"Justiça para todos".
Só que temos um problema, sabem qual é?
Os dois lados querem vencer.
Ambos queremos vencer.
Independente da verdade.
independente da justiça.
independente de quem é culpado ou inocente. 
VENCER É TUDO!"


(filme Justiça para Todos)

quinta-feira, 29 de julho de 2010



"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros." 
(Clarice Lispector)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Nasce de você a revolução.



"É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, mesmo correndo o risco de perder tudo, do que permanecer estático, como os pobres de espírito, que não lutam, mas também não vencem, que não conhecem a dor da derrota, nem a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito, ao final de sua jornada na Terra não agradecem a Deus por terem vivido, mas desculpam-se perante ele, por terem apenas passado pela vida."

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Faça com que a solidão não me destrua.

"Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. (...) Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia." (Clarice Lispector)



"Cheguei só, ao fim da linha, ao fim da vida; E agora? agora não me importa mais nada, já estou aos cacos mesmo..."

terça-feira, 13 de julho de 2010

Crimes Passionais





"O verdadeiro passional não mata. O amor é, por natureza e por finalidade, criador, fecundo, solidário, generoso. Ele é cliente das pretorias, das maternidades, dos lares e não dos necrotérios, dos cemitérios, dos manicômios. O amor, o amor mesmo, jamais desceu ao banco dos réus. 
Para os fins da responsabilidade, a lei condena apenas o momento do crime. E nele o que atua é o ódio. O amor não figura nas cifras da mortalidade e sim, nas da natalidade; não tira, põe gente no mundo. Está nos berços e não nos túmulos".


LYRA, Roberto. Como julgar, como defender, como acusar, p. 97.


segunda-feira, 12 de julho de 2010

 

Watch Over You

Leaves are on the ground
Fall has come
Blue sky's turning grey
Like my love

I try to carry you
And make you whole
But it was never enough
I must go

And who is gonna save you
When I'm gone?
And who'll watch over you
When I'm gone?

You say you care for me
But hide it well
How can you love someone
And not yourself?

And who is gonna save you
When I'm gone?
And who'll watch over you
when I'm gone?

And when I'm gone
Who will break your fall?
Who will you blame?

I can't go on
And let you lose it all
I'ts more than I can take
Who'll ease your pain?
Ease your pain...

And who is gonna save you when I'm gone?
And who'll watch over you?
And who'll give you strength when you're not strong?
Who'll watch over you when I'm gone away?

Snow is on the ground
Winter's come
You long to hear my voice
But I'm long gone
 
 
 
Cuidar de Você
 
Há folhas no chão
O outono chegou
O céu azul está se tornando cinza
Assim como o meu amor

Eu tento te levar comigo
E te completar
Mas isso nunca foi o bastante
Eu devo ir

E quem vai salvar você
Quando eu me for?
E quem vai cuidar de você
Quando eu me for?

Você diz que se importa comigo
Mas esconde isso muito bem
Como pode você amar alguém
E não a si mesmo?

E quem vai salvar você
Quando eu me for?
E quem vai cuidar de você
Quando eu me for?

E quando eu me for
Quem vai aparar suas quedas?
Quem você irá culpar?

Eu não posso prosseguir
E deixar você perder isso tudo
É mais do que posso agüentar
Quem vai confortar sua dor?
Confortar sua dor...

E quem vai salvar você quando eu me for?
E quem vai cuidar de você?
E quem lhe dará força quando você não a tem mais?
E quem vai cuidar de você quando eu tiver ido embora?

Há neve no chão
O inverno chegou
Você deseja ouvir minha voz
Mas eu parti há muito tempo

domingo, 4 de julho de 2010

Os Dois Horizontes


Dois horizontes fecham nossa vida:
Um horizonte, — a saudade do que não há de voltar;
Outro horizonte, — a esperança dos tempos que hão de chegar;
No presente, — sempre escuro, — Vive a alma ambiciosa,
Na ilusão voluptuosa;
Do passado e do futuro.
Os doces brincos da infância,
Sob as asas maternais,
O vôo das andorinhas, a onda viva e os rosais;
O gozo do amor, sonhado,
Num olhar profundo e ardente, tal é na hora presente,
O horizonte do passado. Ou ambição de grandeza
Que no espírito calou, desejo de amor sincero,
Que o coração não gozou;
Ou um viver calmo e puro,
À alma convalescente, tal é na hora presente,
O horizonte do futuro.
No breve correr dos dias,
Sob o azul do céu, — tais são limites no mar da vida: Saudade ou aspiração;
Ao nosso espírito ardente, na avidez do bem sonhado,
Nunca o presente é passado, nunca o futuro é presente.
Que cismas, homem? – Perdido no mar das recordações, escuto um eco sentido,
Das passadas ilusões.
Que buscas, homem? – Procuro, através da imensidade, ler a doce realidade,
Das ilusões do futuro. Dois horizontes fecham nossa vida.


Machado de Assis, in 'Crisálidas'

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Há algo mais triste no mundo que um trem imóvel na chuva?

Será que os nossos sonhos estão dormindo num vagão qualquer de uma ferrovia abandonada? E a história que era nosso “trem riscando trilhos, percorrendo novos caminhos”, descarrilou e ficou enferrujando na chuva?
Sinceramente, não há algo mais triste que vermos nossos sonhos dormindo apagados num vagão de um trem imóvel na chuva. (...)